terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sem dinheiro? Compre um castelo! Família economiza de modo improvável por Casa Vogue!


Assim como diversos povos, os italianos têm o costume de se deslocar com a chegada do verão. No caso da família Laviani, o destino é Foussais-Payré, no interior da vizinha França. Lá, eles aproveitam para relaxar e se desligar das comodidades do mundo moderno. Em qualquer ponto dos mais de 80 mil m² do seu terreno, o celular pega mal e a internet é inconstante. Mesmo dentro de casa a tecnologia não se apresenta em toda a sua volúpia costumeira: na televisão, há apenas cinco canais disponíveis. “Quando você se acostuma, passa a sentar na poltrona com um livro na mão”, diz Ferruccio Laviani, o mais ilustre membro da família, badaladíssimo designer que é.














Eis a rusticidade dos verões dos Laviani. O resto da história não é, assim, tão modesto. Ela começa com a frase: Era uma vez um castelo.
Em 1999, Giusepe e Giacomina Laviani investiram o equivalente a 500 mil dólares na compra de um castelo pouco preservado. Não se tratava, porém, da realização de um sonho megalomaníaco. Giusepe e Giacomina não tinham um desejo reprimido de sentirem-se parte da realeza. A verdade é que, na época, foi mais econômico comprar e reformar a antiga construção do século 17, no Vale do Loire, do que arrematar um imóvel novo na Côte d’Azur. Isso, claro, tendo em vista que seu filho, Ferruccio, era arquiteto. 
Os telhados das torres haviam desabado e a estrutura estava comprometida em vários pontos devido à infiltração da água da chuva. Além disso, os sistemas secundários, elétricos, hidráulicos e de aquecimento, eram obsoletos e inoperantes. Para executar o restauro, trouxeram carpinteiros, eletricistas e pintores da Itália. Nesta fase foram investidos mais 500 mil dólares.
Terminadas as obras, faltava decorar. A ideia era promover uma mistura saudável e bela do antigo e do novo. “Optar por um estilo muito rígido e marcado seria falso”, explica Ferruccio. Assim, apareceram ali móveis antigos vindos da própria França e da Itália, bem como alguns sofás e cadeiras de design mais recente. Entre as peças, há algumas valiosas, como o tapete Savonnerie, do século 18, que fica na sala de estar. Outros itens são verdadeiros achados, oriundos de mercados de pulgas.
Normalmente, a morada de 835 m² abriga oito pessoas. São eles: Giuseppe, 82, e Giacomina, 77; seus filhos, Ferruccio, 52 e Clara, 56; o esposo de Clara, Antonio, 57, e suas filhas, Marta, 30, e Giulia, 23; e Anita, 4, a primeira bisneta do casal ancião. Todos convivem em seu castelo de um modo bastante informal, apesar do requinte da construção. Eles juram que a regra ali é manter a mente leve e os pés descalços.

Viver em São Paulo como um imperador Jorge Elias preenche lar com raridades europeias por CASAVOGUE!


fonte:  http://casavogue.globo.com


A história é pródiga em revelar (e por vezes glorificar) pessoas que viveram, de certo modo, deslocadas de seu próprio tempo. Muito se fala, por exemplo, de homens à frente de sua época, como Da Vinci, Einstein ou Steve Jobs, todos figuras que pareciam forçar a passagem dos anos. Há também outro tipo de descompasso, um que existe mais obscurecido do olhar público. Personagens cujas mentes e gostos não se identificam com o hoje, tampouco com o amanhã. Miram o passado. É este o caso do casal que vive no apartamento de decoração estilo império, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Para realizá-lo, o arquiteto Jorge Elias e sua equipe imergiram no universo dos antiquários europeus por três anos. Foi o tempo necessário para encontrar as peças ideais.
Em qualquer um dos 900 m², a atmosfera palaciana europeia é evidente. Por toda a morada há uma profusão de obras de arte, em especial as brasileiras, e móveis de origem francesa e russa. As cores são variações de cinza, com pinceladas de outros tons, como o ocre e o vinho. Peças-chave no décor desta residência são as boiseries, as peças de marfim, ébano e laqueadas, além da coleção de porcelanas da Companhia das Índias e da chinoiserie.
Logo no hall de entrada o tom da decoração se afirma. O espaço, de tamanho razoavelmente grande, impõe-se. A composição simétrica é a principal característica. Cômodas império francesas, do século 19, e cadeiras Regency inglesas, do mesmo século, descansam à direita e à esquerda do pórtico que leva à sala de estar. Nas paredes com acabamento de stucco veneziano cinza, quadros com gravuras de personagens históricos do século 18 estão organizados em fileiras alinhadas. Em outra superfície, veem-se consoles e espelhos franceses do século 19. Pendem do teto lanternas inglesas, estas do século 20.


No living com lareira, o móvel mais impressionante é uma poltrona francesa Luís XIV, do século 17. Por ali, encontram-se também a coleção de peças Famille Rose, da Companhia das Índias, do século 18, e quadros de artistas brasileiros – entre eles, Di Cavalcanti, Portinari, Cícero Dias e Guignard. As cortinas, cheias de detalhes, com passamanarias e franjas, chamam atenção. O outro canto do cômodo tem um sofá estilo Napoleão III, desenhado e executado pelo próprio Jorge Elias, acompanhado por mesas Bague, dos anos 1940, poltronas império francês, século 19, com revestimento de onça e acabamento de laca cinza, e poltrona de marajá do Rajastão, século 19, de marfim e ébano

Ainda nesse ambiente, vê-se uma belíssima secretária Trumeau estilo império italiano, do século 19. Acima dela, quadros expõem a coleção de selos da mesma época – uma raridade, pela grandeza e pelo caráter inusitado do conjunto. Próximo dali, a galeria de acesso à área do lavabo social possui console estilo diretório, de Jansen, que data dos anos 1940, cadeiras russas do século 19 e mais gravuras de personagens históricos.
Na sala de jantar, a boiserie tem painéis chineses laqueados, do século 18, que pertenceram à coleção de Coco Chanel. A mesa inglesa Regency, do século 19, é de mogno. Ao seu redor, encontram-se cadeiras italianas neoclássicas, do século 19, e, sobre ela, foi colocada a prataria inglesa de Paul Storr, da mesma época. Sobre o conjunto, paira lustre genovês de madeira e bronze com detalhes de quartzo fumê e cristal de rocha. A peça é do século 18.

Por sua vez, a sala de almoço exibe chinoiserie e espelho inglês inspirado no Brighton Pavilion, do século 19.Já a biblioteca tem em sua decoração uma boiserie de carvalho natural e carvalho cinza, tendo como destaque o bureau francês Luís XV, do século 18, com acabamento de laca preta. Acima dele, uma tela de Vlaminck, do século 20. Por ali, destaca-se ainda a poltrona Napoleão III, revestida com veludo cinza e vinho.
No quarto do casal, o antigo espelho de chinoiserie dá continuidade à cabeceira da cama. As paredes foram cobertas com papier peint e tecidos Miranda Green. A sala íntima e de TV, tem mesa de centro de laca chinesa e sofás de camurça modelo Chanel, ambos desenhados por Jorge Elias. Ali, as cortinas de tafetá são de Christopher Hylland. Até mesmo o terraço esbanja sofisticação. Revestido com treliças de várias manufaturas e painéis chineses do século 19, o espaço conta com aparadores desenhados por Jorge Elias.