Paul Palandjian, 46, é uma pessoa rigorosa e focada. Ele formou-se pela universidade Harvard, foi um tenista profissional e hoje dirige o negócio familiar que herdou – ligado à construção civil. A certa altura passou a interessar-se por arte contemporânea e arquitetura. Lançou-se aos livros. Devorou-os. Logo elegeu mestres os quais adorar: Shigeru Ban e Tadao Ando. Em 2005 descobriu o trabalho de Rick Joy, um arquiteto do Arizona. As formas simples e monumentais de seus projetos o arrebataram. Daquele momento em diante, Palandjian passou a almejar viver num espaço assinado por Joy.
O apartamento tinha 93 m² mal distribuídos e mal acabados. Assim, o primeiro passo de Joy foi demolir todas as divisões internas e remover o piso. Se safou apenas o banheiro, que por sorte havia sido bem executado. O segundo passo foi cobrir todas as paredes sem aberturas com armários de madeira patinada. Armazenamento neste estúdio não é um problema. Este layout demandou que o mobiliário fosse disposto de modo centralizado, para garantir a abertura das portas dos armários. Por sua vez, nestas portas todas não há puxadores, para evitar acidentes. No lugar, foram instaladas alças de couro.Algum tempo depois o sonho se concretizou. Rick Joy projetou uma casa de campo para Paul Palandjian e sua família. Foi durante a realização da obra que os dois tornaram-se amigos. “Alguns clientes nem ao menos merecem o trabalho que fazemos para eles, enquanto outros mereceriam até mais. Paul é deste último tipo. Eu estou à sua disposição.”, disse o arquiteto. E eis que o sonho antigo, de morar num lar assinado por Joy, tornou a se concretizar. Desta vez em Nova York. Paul Palandjian deu a Joy a oportunidade de projetar pela primeira vez um estúdio. Joy, o homem das mega construções.
O acabamento aplicado sobre teto e paredes remanescentes é gesso. Para cobrir as janelas, cortinas de linho branco que caem do teto. Há também cortinas de linho em volta da cama de casal – desta vez índigo e branco. Se fechadas, cria-se ali um cômodo separado. Próximo à cama, a mesa que serve para o estudo ou para o jantar é encoberta por uma bela peça que garante a iluminação e a sensação de separação entre as alas social e privada. A beleza deste projeto, novamente simples e monumental, é justamente esse esfumaçar de limites. As divisões meramente sugeridas.
Fonte:Casa Vogue
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